Dark like coffee.

Eu sonho em ir ao Starbucks, mas eu nem gosto de café. Queria poder te comparar ao café, dizer que você é o café do meu Starbucks.

Eu quero ir até você, mas pelo simples capricho de ir. De estar dentro do Starbucks, de segurar aquele copinho, olhar o círculo verde, as estrelinhas, ficar horas segurando o copo até que o café esfrie. Sentir o cheiro de café de dentro do Starbucks. Deve ter cheiro de café não é? Aquele cheiro bom que emana no ar, quando o café está quentinho, recentemente feito. Gosto do cheiro de café, mas não gosto de café.

Você entende o que eu quero dizer? Não né? Você nunca entende.

O Starbucks ( ou seria A Starbucks? ), whatever, não importa. Gosto que seja "O Starbucks". Como eu dizia, o Starbucks é como um sonho pra mim. Um lugar que eu desejo tanto ir, mas sem um propósito realmente. Pra que ir à uma loja de café, se você não gosta de café? É, me referindo como uma loja, ficaria melhor sendo "A Starbucks".

Enfim, você não é como o café, apesar de ser como um capricho meu. Tecnicamente, você seria o local e não o que eu quero buscar no local. A metáfora se inverteria. 

Consegue entender? Não consegue. Acho que nem eu consigo. Mas faz sentido em minha cabeça.

É bonito não é? "Você é o café do meu Starbucks". Nesse caso, o Starbucks no meu café.

Porque eu detesto café. O café nesse caso seria o lugar - porque normalmente o lugar é o Starbucks. Eu não gosto do lugar, não gosto do café, mas gosto do Starbucks e da ideia de estar no Starbucks. Você é o meu Starbucks. E pra estar com você, eu preciso tolerar o café. Ficou claro pra você agora?

Não sei pra que eu quero esclarecer, é tudo loucura da minha cabeça. Essas metáforas todas, essa história toda de café e loja de café, não deve fazer o menor sentido pra você, mas tem um sentido, vá por mim. A essas alturas, você deve estar se perguntando se estou falando de café ou de você. Já não sei.

O que importa no fim das contas, é que fica tudo na minha cabeça, mas na minha vida realmente não tem café, nem tem Starbucks. Eu me protejo nas metáforas, pra segurar isso. A frustração que é, não poder ir ao Starbucks pra segurar aquele maldito copo branco, sentir o maldito cheiro do café que eu detesto, mas gosto do cheiro, sentir o calor desse maldito café nas minhas mãos, olhar o ambiente ao redor da loja, olhar o brilho intenso que deve existir lá dentro, olhar as malditas estrelinhas brancas impressas na maldita logomarca verde. Porque eu gosto de verde. E gosto de Starbucks. E gosto mais ainda de você, que é o Starbucks do meu café. Mas eu detesto café.

—  Como diria Lana: "Everytime I close my eyes, it's like a dark paradise". Escuro como café.